25/08/21

ETICA KANTIANA E MARXISTA (UM PEQUENO RASCUNHO)

 


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1.      Ética Kantiana

Ética Kantiana conhecida como ética moderna, defende que o homem é um ser pensante, razão pela qual deve ser tratado como o centro de tudo (da ciência, da política, da arte e da moral), reconhecendo que a sua felicidade surge da liberdade de escolha e não do mero consumismo de valores ou condutas impostas.

Aspectos a confrontar na visão de Kant para a compreensão da ética moderna:

  •      A razão pura teórica ou especulativa: refere-se aos valores externos que definem a conduta obrigatória para os homens. O conteúdo ou a lei das causas e consequências desta, não depende da acção ou intervenção do homem, apenas existem por definição. Quem a eles se submete não tem um comportamento livre, e, portanto, não possui autonomia
  •      Razão prática: refere-se da conduta que nasce como consequência da liberdade de escolha e de acção do homem, o conteúdo das causas e efeito é produzido pela intervenção do homem. Esta razão espelha a autonomia do homem.

Para responder este cenário, Kant estabelece a regra imperativa para orientar o comportamento humano, chamada por imperativo categórico, que declara:

  •     O acto moral é aquele no qual há um acordo entre a vontade da pessoa e a lei “universal”, ou seja, se uma acção da pessoa puder ser universal, ou seja, puder ser feita por qualquer outra pessoa, ela é uma acção moral.
  •     Esta regra, Kant traduz da seguinte maneira: trate os outros como gostaria que fosse tratado. para que tratem a te e os outros de igual forma.

 O imperativo categórico é somente um critério para que a pessoa possa estabelecer tais regras, e responder a questão o que posso fazer? Da seguinte maneira: tudo aquilo que qualquer outra pessoa possa fazer, desde que isso não prejudique o ser humano que sou e os seres humanos que as outras pessoas são. Isto revela a liberdade e autonomia do homem. Mas sempre é importante que o próprio homem sabia que, onde termina a sua liberdade, começa a liberdade dos outros, por isso, é importante que as suas acções sirvam de referência para os demais.

 2. Princípios da ética Kantiana

  •    Objectividade dos actos morais: podemos agir moralmente quando o propósito for de servir os interesses colectivos, ou seja, por meio de normas fornecidas pela nossa razão, que põem de lado os nossos desejos individuais.
  •    Liberdade: capacidade de agir em função da nossa própria razão. E Kant distingue dois tipos de liberdade: Negativa – agir voluntário em detrimento da nossa razão, para favorecer o objecto pretendido pela maioria. E Positiva - agir exclusivo condicionado pelas normas universais da nossa razão. As acções surgem pelo livre arbítrio conferido aos homens.
  •    Autonomia: refere-se ao agir condicionado pela vontade. Autónoma é determinada por mera reflexão racional, que é suficiente para determinar a acção.

3. Ética e Karl Marx

A ética Marxista defende que “o homem é um ser que produz as condições de sua existência material e intelectual”. Assim, a sociedade, assim como uma empresa, é produção humana. Para Marx, não a sociedade que cria o homem, mas homem que cria a sociedade e as instituições, ou seja, os homens estabelecem determinadas relações voltadas para a produção de bens necessários à sua sobrevivência.

Tal produção ocorre mediante a relação de duas grandes classes sociais:

  •     Classe dominante: refere ao grupo de indivíduos que detém os meios de produção, e é responsável pela criação de normas que orientam as relações de produção. Neste grupo encontramos políticos, empresários, governo entre outros que Karl chama de elementos da superestrutura.
  •     Classe dominada: refere-se ao grupo de trabalhadores e camponeses responsáveis pela produção em troca de salários.  

A totalidade destas relações de produção forma a estrutura económica da sociedade: A superestrutura representada pela classe dominante e Infra-estrutura pela classe de trabalhadores.

4. A relação entre Ética e Educação em Karl Marx

Ambas buscam a possibilidade da classe trabalhadora ter consciência de sua situação efectiva, ter conhecimento crítico dos mecanismos do modo de produção dominante, e evitar que o ser humano seja visto como uma simples matéria de produção.