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1.
Ética Kantiana
A Ética Kantiana conhecida como ética moderna, defende que o homem é um ser pensante,
razão pela qual deve ser tratado como o centro de tudo (da
ciência, da política, da arte e da moral), reconhecendo que a sua
felicidade surge da liberdade de escolha e não do mero consumismo de valores ou
condutas impostas.
Aspectos
a confrontar na visão de Kant para a compreensão da ética moderna:
- A
razão pura teórica ou especulativa: refere-se aos valores externos
que definem a conduta obrigatória para os homens. O conteúdo ou a lei das
causas e consequências desta, não depende da acção ou intervenção do homem, apenas
existem por definição. Quem a eles se submete não tem um comportamento livre,
e, portanto, não possui autonomia
- Razão
prática: refere-se da conduta que nasce como consequência da
liberdade de escolha e de acção do homem, o conteúdo das causas e efeito é
produzido pela intervenção do homem. Esta razão espelha a autonomia do homem.
Para
responder este cenário, Kant estabelece a regra imperativa para orientar o
comportamento humano, chamada por imperativo
categórico, que declara:
- O acto moral é aquele no qual há um
acordo entre a vontade da pessoa e a lei “universal”, ou seja, se uma acção da
pessoa puder ser universal, ou seja, puder ser feita por qualquer outra pessoa,
ela é uma acção moral.
- Esta
regra, Kant traduz da seguinte maneira: trate os outros como gostaria que fosse
tratado. para que tratem a te e os outros de igual forma.
O imperativo categórico é somente um critério
para que a pessoa possa estabelecer tais regras, e responder a questão o que posso fazer? Da seguinte
maneira: tudo aquilo que qualquer outra
pessoa possa fazer, desde que isso não prejudique o ser humano que sou e os
seres humanos que as outras pessoas são. Isto revela a liberdade e
autonomia do homem. Mas sempre é importante que o próprio homem sabia que, onde
termina a sua liberdade, começa a liberdade dos outros, por isso, é importante
que as suas acções sirvam de referência para os demais.
2. Princípios da ética Kantiana
- Objectividade
dos actos morais: podemos agir moralmente quando o
propósito for de servir os interesses colectivos, ou seja, por meio de normas
fornecidas pela nossa razão, que põem de lado os nossos desejos individuais.
- Liberdade:
capacidade de agir em
função da nossa própria razão. E Kant distingue dois tipos de liberdade: Negativa
– agir voluntário em detrimento da nossa razão, para favorecer o objecto
pretendido pela maioria. E Positiva - agir exclusivo condicionado
pelas normas universais da nossa razão. As acções surgem pelo livre arbítrio
conferido aos homens.
- Autonomia:
refere-se ao agir
condicionado pela vontade. Autónoma é determinada por mera reflexão
racional, que é suficiente para determinar a acção.
3. Ética e Karl Marx
A ética Marxista defende que “o homem é
um ser que produz as condições de sua existência material e intelectual”.
Assim, a sociedade, assim como uma empresa, é produção humana. Para Marx, não a
sociedade que cria o homem, mas homem que cria a sociedade e as instituições,
ou seja, os homens estabelecem determinadas relações voltadas para a produção
de bens necessários à sua sobrevivência.
Tal
produção ocorre mediante a relação de duas grandes classes sociais:
- Classe dominante: refere ao grupo de indivíduos que detém os meios de produção, e é
responsável pela criação de normas que orientam as relações de produção. Neste
grupo encontramos políticos, empresários, governo entre outros que Karl chama
de elementos da superestrutura.
- Classe dominada: refere-se ao grupo de trabalhadores e camponeses responsáveis pela produção
em troca de salários.
A totalidade destas relações de produção forma a estrutura
económica da sociedade: A superestrutura
representada pela classe dominante e Infra-estrutura
pela classe de trabalhadores.
4. A
relação entre Ética e Educação em Karl Marx
Ambas buscam
a possibilidade da classe trabalhadora ter consciência de sua situação
efectiva, ter conhecimento crítico dos mecanismos do modo de produção dominante,
e evitar que o ser humano seja visto como uma simples matéria de produção.